Sim, talvez seja isso: os que têm alguma "demência" não desmoronam.
São os que conseguem ser humanos, não se prendem nem se impõem a si a obrigação absurda e impossível de serem divinos, de nunca errarem. Não se obrigam a se sacrificarem pelo que os 'outros' querem ou esperam de si. São e deixam ser. Perdem o controle, porque é do ser humano - e animal? - nunca tê-lo de fato. Quem tenta a todo custo nunca errar, já se matou faz tempo. Só está esperando a hora de se enterrar. Mas, para quê? Talvez para se dar a glória de cometer o seu último maior e memorável erro.
Pequena parte do abecedário do Deleuze
Um comentário:
Eu adoro o Deleuze, mesmo quando discordo dele. Sei que ele está falando de um outro lado que também importa. Como ele diz no Proust, a pessoa gosta por motivos estranhos (tive que cuidar na escolha da palavra), que mexem com o seu inconsciente, e a obrigam a sentir o novo e a pensar. Olhando para trás, as minhas namoradas sempre foram um pouco fora do racional comum, que não me agrada. É uma coisa que envolve mais, se não for exagerada...rs... Mas que também tem o seu outro lado... Conviver com uma pessoa com 'maturidade afetiva' (Expressão tirada do André Green, O Afeto, livro que valoriza muito o Deleuze de Lógica do Sentido) é importante. Enfim, Deleuze não é o dono da razão ou desrazão. Eu gosto muito dele, ele escreve super bem e faz pensar. Às vezes fica naquela 'máquina de linguagem' girando no vazio, intensidade, linha de fuga, um fora mais dentro do que o dentro... (o inconsciente?), etc.
Mas enfim, isto é um gosto pessoal.
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