Enquanto te espero
Quando pousas
teu corpo no meu
E me preenches cada vão
Sou tua
Chega a inspiração
E, sorrateira, me pontua
Mas quando me deixas
Só, com tua ausência
Largada nas mãos
Nem sabes o que me causas
Me roubas a margem
Me deixas só espaço e travessão
Inteira, me pausas
.
.
.
.
.
E pasma de estiagem
Fico ali, no breu
Sem eira nem beira
Sentindo pela casa
Só, o cheiro teu
E então...
Pontuada de saudade
Não tem jeito
A poesia me invade
E me pauta
No meu peito se aninha
em cada linha vazia
traçada pela tua falta
AnaCris Martins
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