texto

.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Colocando os pingos nos ‘I’s

A caneta está tilintando e resolvi dar vazão a ela. Ou melhor, deixá-la se mostrar, pois ela tilinta sempre, mas nós os introvertidos temos o péssimo hábito de engavetar a palavra sempre. Oral ou escrita. Palavra ‘pensada’ engavetada é palavra desperdiçada. Então, que se abram os portais!


Individualismo ou ‘pensar em si mesmo’ não é egoísmo. Egoísmo é exigir ou ‘tomar’ para si o que não é seu de direito. Ou ainda só querer receber e nunca estar disposto a dar. Pensar em si mesmo é a melhor maneira de não cobrar dos outros, o que você deve fazer por si mesmo! O egoísta é um vampiro social e/ou psicológico. Segundo o psicanalista Flávio Gikovate, o egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral”.


Sinceridade não é ‘falar tudo o que pensa’ isso é ter a língua solta, ou se preferir: distância curta entre a mente e a boca. Ser sincero é dizer a verdade quando ela se faz necessária e não deve ser omitida, mesmo que cause mágoa ou dor.


Orgulho e vaidade são diferentes de dignidade! Orgulho e vaidade são manifestações do ego e advêm da nossa preocupação exagerada com o que os outros pensam de nós. Dignidade é manter e exigir respeito à sua integridade física e moral.


Tolerar, entender e perdoar são coisas bem diferentes de aceitar, ser condescendente. Tolerar é saber conviver com o diferente, entender é saber ouvir, perdoar é não guardar mágoas. Essas coisas implicam em saber aceitar a diferença que, por sua vez, implica em saber negociar/ conversar, chegar a um consenso. Exige, portanto, saber perder por vezes, inclusive, injustos ‘privilégios’ de que ninguém quer abrir mão! Aceitar, ser condescendente é ser conivente e permissivo. É permitir que outro tenha o direito de atacar sua (ou de outrem) integridade - através da prática de injustiças, maus tratos e agressões (mesmo que apenas verbais), humilhações, ridicularizações, etc.


Ter piedade, pena, dó é diferente de compadecer. Piedade e dó são sentimentos pedantes. Quem os sente coloca-se em posição de superioridade em relação à outrem. Compadecer significa padecer junto. Não é apenas jogar uma moeda sem nem olhar nos olhos do pedinte, não é reenviar aquelas chatíssimas correntes por e-mail, sem tirar a bunda da cadeira. Compadecer é limpar feridas, dar banho ou providenciar as condições para tal, preparar um prato de comida, dar um trabalho ou ocupação. Se você tem pena, faz caridade, que em última instância, mais humilha do que enobrece! Se você compadece, ajuda a reerguer!


Usar autoridade não é ser autoritário. Ser afirmativo não é ser impositivo. Ser firme não é ser arrogante. As linhas são tênues e podem depender de pessoa para pessoa, mas alguns pontos ajudam a diferenciar:
Quem não sabe lidar ou não aceita autoridade - algo que uma pessoa tem ou lhe é concedido - acha que todos são autoritários. É uma atitude comum naqueles que foram criancinhas mimadas cujos pais nunca usaram sua autoridade quando necessário. Quem não é afirmativo - e, portanto, tem pouca certeza do que quer ou não tem força pessoal para fazê-lo - cede por muito pouco e culpa o outro de ser impositivo. Comum, por sua vez, em pessoas que acreditam que devem evitar conflito a todo custo, por auto-zelo, por covardia, ou por querer agradar sempre os outros, não por ser realmente bom! E quem não é firme, tende a achar quem o é, arrogante, por dizer o que deve ser dito sem muitas delongas. No máximo, essa pessoa pode ser ‘dura’, não arrogante. O arrogante é aquele que não usa argumentos: tenta impor suas ‘idéias’ denegrindo, menosprezando, humilhando o interlocutor ou suas idéias (e isso é Assédio moral ou o famigerado bulling). Também pode ser feito indiretamente: falando mal da pessoa ou de suas idéias para os outros com o fim de destruí-lo ‘moralmente’. O arrogante também costuma partir para a ignorância facilmente, quando não consegue impor-se por palavras ou manipular as pessoas.


Sentimento de culpa tem quem mais se fode! Em geral o que ‘caga na cabeça do outro’ o faz por ser uma prática normal dele para com quem o permite! Não deixar que alguém ‘te foda’ não significa que você é egoísta ou ruim. Quem te faz pensar assim, são os egoístas, manipuladores e chantagistas emocionais e agem dessa forma apenas para ‘garantir a boquinha’.


Manipular é muito diferente de influenciar. Manipula aquele que tenta obter um resultado de alguém sem dizê-lo diretamente ou fazendo-o às vezes incorrer em um erro para conseguir o que quer. Quem manipula mente ativamente e, de forma indireta, desencadeia eventos utilizando-se de artifícios, por exemplo, dizendo para uma pessoa que outra disse algo sobre ela. O manipulador é um criador intrigas que se pinta de ‘bonzinho que só quer ajudar’. Jamais assume o que disse e quando o faz desvirtua a idéia, diz que o outro é que não entendeu ou o desmente na cara dura! Fala mal dos outros, mas só para os outros. É o falso típico: na frente da pessoa, só elogia e diz o quanto gosta dela. É de enfiar o dedo na goela! Influenciar é dizer o que você pensa sobre uma situação de forma clara e aberta, dando ao outro a oportunidade de refletir e decidir por si se a idéia lhe cabe ou não.



AnaCris Martins
 
 

7 comentários:

Flá Perez (BláBlá) disse...

isso mesmo....vou copiar e compartilhar.
bjbjbj

E.Cardoso disse...

Abençoada seja a caneta que instiga os introvertidos!!! Também vou copiar e compartilhar (posso?)
Parabéns

'Candieiro' Incendiário produções disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AnaCris (Nika) disse...

Oi Flá, que legalq eu gostou. Valeu! :-)

AnaCris (Nika) disse...

Oi Evandro, seja bem vindo!
e fique a vontade, claro que pode compartilhar. agradecida.

dei uma passeada nos seus espaços e gostei muito. um abraço

Marcelo Caldas disse...

Adorei, obrigado pela santa extroversão.

AnaCris (Nika) disse...

eu que agrdeço, Marcelo!
beijo procê, moço