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sábado, 13 de março de 2010

PAIXÃO, POR ISABEL ALLENDE

Hoje acordei com vontade de protestar.

Assisti ontem a um vídeo maravilhoso de Isabel Allende, que compatilho aqui (como não é do youtube, não entra como vídeo, apenas como link). É longo, mas valem a pena todos os quase 18 minutos!

http://www.ted.com/index.php/talks/lang/spa/isabel_allende_tells_tales_of_passion.html

O pronunciamento da escritora fala de paixão, como mote para falar de mulheres que, munidas sobretudo desse sentimento, tal qual os personagens de Allende, fazem a história, transformam o mundo e são as verdadeiras protagonistas das mudanças que queremos ver no mundo.

Todo o discurso é arrepiante - e ela é realmente uma ótima contadora de histórias -mas algumas passagens me tocaram profundamente:

Em uma delas, conta que a própria filha disse a ela que ser feminista era ultrapassado e ela deveria deixar isso de lado.

Sua resposta, resumidamente: ultrapassado para nós que temos uma posição privilegiada, talvez. Que já conquistamos e de alguma maneira já vivemos, pelo menos em grande parte, uma siuação de "relativa" igualdade, liberdade e respeito aos nossos direitos, ainda que inúmeras vezes ainda precisamos dar os nossos "gritos" de liberdade e exigir essa igualdade na prática.

Mas não para A GRANDE MAIORIA DAS MULHERES, que ainda vive em condições subhumanas. Umas obrigadas a submeterem-se a casamentos prematuros e indesejados, outras à prostituição, sob domínio de déspotas, tendo filhos que não desejam e que não tem como alimentar, sem controle sobre seus corpos e sua vidas, sofrendo violências de todo tipo: sexual, física, moral, etc. Sem qualquer tipo de defesa, porque são atos considerados "normais" ou de alguma forma aceitos nas sociedades (?) em que vivem.

Essas mulheres, infelizmente, ainda precisam de vozes que, feministas ou não (não importa o nome que se dê a isso!), clamem por seus direitos e gritem para o mundo que esses absurdos acontecem, já que o silêncio imposto pelo medo (e pela falta de conhecimento) impera entre elas.

A cara de pau dos que se beneficiam disso - que , entre outras coisas, são capazes de dizer que, na verdade, é tudo "consensual" ?!?!?!?!? - o silêncio das que "muito bem resolvidas" acreditam que lutar por igualdade de direitos e liberdade para as mulheres é ultrapassado ou incorreto, ou nada a ver, é que levam ao aumento da desigualdade social, da fome e da violência no mundo.

Ela menciona que hoje em dia, chega a ser considerado insulto por muitas mulheres, ser chamada de feminista e que nunca foi considerado algo "sexy". Mas que isso nunca a impediu de paquerar e que nunca sofreu "com falta de homem" por suas posições. Me identifiquei muito com ela nesta parte do texto...rsrsrsrs.

POIS É, DEIXEMOS TUDO COMO ESTÁ, FAÇAMOS SILÊNCIO E NÃO IMPORTUNEMOS NOSSOS HOMENS COM ASSUNTOS “PEQUENOS” - COMO PREGAVAM AS VELHAS (E ESSAS, SIM, ULTRAPASSADAS) REVISTAS FEMININAS DOS ANOS 1950! - É MAIS SEXY!

Ana Cristina Martins (diretamente do seu âmago feminicidadã)

Um comentário:

Cris disse...

Oi, Ana. Inacreditável como o excesso de informações e os minutos menores no relógio me trouxeram somente hoje até aqui, no seu blog. Vc faz parte de minha rede no orkut, está no RL e só agora, via Facebook, descobri seu blog.
Vou voltar mais vezes. Passei pra mandar-te um beijo e dizer que somos duas. Aliás, três, porque você mencionou a Clarice. Também sinto, cheiro, lambo, pego, só pra poder saciar a voracidade dos sentidos.
Grande beijo e uma mordida. No pescoço. Sou meio-vampira, naõ me contento com o beijo superficial de conhecer alguém novo.