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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

É O FINAL AFINAL

No começo
Era a união sem necessidade de laços
Era a parceria natural e sem limites
Era a poesia fazendo dueto com a paixão
Eram os corpos sedentos um do outro

Depois vieram
A distância momentânea que esperava ser saudade
Os sinais confusos, as palavras não ditas
Os copos rachados e meio vazios
O brilho perdido dos tesouros agora obscuros
A dúvida, a desilusão, a decepção

Vieram ainda
As tentativas frustradas de entender os medos
que não se revelam por medo...
As infindáveis buscas da verdade, que não existe
De se colocar no lugar, de sentir o outro que se esvai
mesmo assim, nas nuvens negras que lhe encobrem a face

No final, o sempre do mesmo
O vaso quebrado, estilhaçado, por fim
Os sentidos exaustos, desvirtuados, tortos
As palavras sangradas da boca já sem rodeios
A sensação de não ser e nem estar
E o tapa na cara da verdade:
É o fim
É
O
Fim

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