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domingo, 14 de agosto de 2011

Pai



















Meu pai é um olhar
Um olhar que fala
Com tal cumplicidade
Ternura e acolhimento
Pura sinceridade!
Um olhar de brandura
Quase olhar de cura
Sem mãos, sem voz
Apenas um olhar de colo
Mais terno que abraço
Que diz muito mais!


Olhar de aconchego
Que me soa acalanto 
Estanca meu pranto
Olhar de porto e cais
Que não esqueço jamais
E vivo à procura
Em outros quintais
Olhar de firme afeto
Que me fazia teto
Me dava chão e paz
Olhar de palavra certa:
- Não se preocupe, filha
Isso também passa...
E essa é toda a graça!


Mas qual o quê?
Esse olhar é presente
Não está em toda gente
Nem todo mundo vê
E há quem discorde
É só pra quem crê
Que sem um só acorde
Um olhar embala
Um olhar pode ser
Um coração que fala


AnaCris Martins


Para o meu pai, que sempre me falou, apenas com o olhar.





Um comentário:

Bruno Gaspari disse...

Bonito e profundo.
Cada pai desperta nos filhos
um sentido, uma inspiração
diferente... Gostei desse!

Abraço

Bruno