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sábado, 28 de maio de 2011

Por muito, muito mais

























Me disponho, pago o preço

Junto tudo, cacos, tropeços

E faço tudo recomeço

Tenho incocência ainda,

Reconheço

Mas quando miro aquém

Do que meus olhos vêem

E algum engodo advém

Te juro, até esqueço

Mas só no começo



Meu olhar profundo

metralhadora giratória

Pega cisco, pinta no olho

Parafuso a menos, rabisco,

Pega até o oco do orifício

Pega amor em olhar (dis)traído

Pega nada onde não há mesmo

Nenhum sentido.

E como ‘fingir-se de morta’

- de mulher ingrato ofício -

Me fiz péssima aluna

Meu olho se agita

E meu corpo grita



Quando me ponho nua

Diante de um homem

Está ali a minha verdade

Pra bons olhos, nua e crua

Minhas pérolas expostas

- ainda que cicatizes não postas

ao alcance da retina -

Sempre me mostra a ladina  

De que obter a tal liberdade

à custa da prisão alheia

é fácil: basta faltar verdade.

Dado que liberdade é espada

- corta dos dois lados ou (é) cega -

O gato prefere saltar da sacada.


AnaCris Martins


Da velha noção equivocada de liberdade: democracia é quando os outros fazem o que eu quero. Ditadura é quando os outros me obrigam a fazer o que eles querem... ou algo assim.

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